Lúpus: O que é
É um distúrbio crônico que faz o sistema imunológico produzir anticorpos em excesso sem um motivo aparente. A questão é que os anticorpos, quando em alta concentração, passam a atacar o próprio organismo, provocando inflamações e lesões em vários órgãos. Rins, pulmões, pele e articulações são as áreas mais acometidas, porém a doença eventualmente atinge até cérebro e coração.
O transtorno pode ser brando em determinados casos e, em outros, incapacitante ou mesmo fatal. E seu curso é imprevisível. Às vezes, o indivíduo fica anos sem nenhum sintoma e, de repente, volta a sofrer com dores e outras complicações. Até por isso é tão crucial seguir o tratamento e as orientações dos especialistas.
Existem quatro tipos de lúpus: discoide, quando a inflamação ocorre só na pele, levando a lesões avermelhadas no rosto, na nuca ou no couro cabeludo; sistêmico, forma mais comum e que compromete vários órgãos ou sistemas; induzido por drogas, semelhante ao sistêmico, mas temporário, enquanto o paciente estiver fazendo uso de um medicamento, via de regra; e neonatal, mais raro e em filhos de mulheres com lúpus.
O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas, por causa da questão hormonal que faz com que elas com idade entre 15 e 40 anos sejam mais afetadas pela doença do que os homens com a mesma idade.
Causas e origem do Lúpus

Não existe uma causa e nem origem estabelecida e não existem maneiras conhecidas de impedir o aparecimento da doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais contribuem para seu desenvolvimento.
Principais Sintomas do Lúpus
Os sintomas podem variar, mas é comum que o paciente apresente cansaço, febre baixa, emagrecimento e perda de apetite. Também pode haver inchaço dos gânglios.
A doença provoca uma inflamação nos vasos sanguíneos, e como eles estão por toda parte do corpo, pode disseminar para qualquer lugar do organismo, tendo consequências mais sérias quando atinge os rins e o sistema neurológico.
No caso dos rins, pode comprometer o órgão a ponto de um transplante ser necessário. No caso do sistema nervoso, a doença aumenta os riscos de AVC e de desenvolver problemas psiquiátricos ou psicomotores.
Sinais de alerta da doença:
- dor articular;
- cansaço desproporcional e sem explicação;
- manchas na pele;
- queda de cabelo (porque o folículo fica inflamado);
- dor para respirar, parece uma dor muscular, mas não vai embora;
- febre.
Esses sintomas não precisam se manifestar ao mesmo tempo. Outros sintomas são: emagrecimento, anemia, perda de apetite, desânimo e fraqueza.
Também pode ocorrer mudanças no corpo:
- Lesões na pele (80% dos casos): a mais característica é a ‘borboleta’;
- Dores com ou sem inchaço nas articulações das mãos, punhos, joelhos e pés;
- Inflamação das membranas que recobrem o pulmão e coração (pode não ter sintoma ou apresentar dor no peito, tosse seca e falta de ar);
- Inflamação nos rins (nefrite).
Tratamentos
O tratamento depende do tipo de manifestação da doença. O tratamento inclui remédios para regular as alterações imunológicas e medicamentos para tratar outras alterações decorrentes da doença, como hipertensão, febre, dor, entre outras.
Para tratar as alterações imunológicas, são usados medicamentos como corticóides, antimaláricos e imunossupressores. Outros sintomas podem ser tratados com analgésicos ou anti-inflamatórios. Os pacientes devem evitar exposição ao sol, que pode desencadear uma reação imunológica nos pacientes.
Cuidados básicos com o Lúpus
A doença não tem cura, mas pode ser controlada com remédios e alguns cuidados básicos, como:
- protetor solar;
- alimentação saudável e equilibrada;
- evitar condições que provoquem estresse;
- medidas de higiene;
- suspensão do uso de anticoncepcional com estrogênio;
- não fumar e não abusar do álcool;
- praticar atividade física.
Epidemiologia da doença
Segundo o reumatologista Evandro Klumb, da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia, existem de 120 mil a 150 mil pessoas com a doença no Brasil. A incidência atinge uma em cada mil mulheres no país. A maioria dos que têm lúpus, de acordo com ele, tem algum parente com o mal, mas isso não é regra.
